De que os gestores tem medo?
Por que este decreto de lei do silêncio, em relação ao processo eleitoral nas Escolas Municipais em Betim?
É a lei da mordaça...
Pela maneira em que a eleição está colocada, fica visivelmente entendido que os gestores, o partido, a prefeitura e todos os que administram o poder público estão querendo e trabalhando para a volta da indicação de pessoas do partido, apadrinhados, indicados por vereadores para a diretoria das escolas municipais.
Propagam que o processo é o mais democrático, nunca antes equiparado em outras gestões, mas proíbem qualquer tipo de discussão, dificultando o interesse da grande maioria dos possíveis candidatos.
Não permitem sequer uma manifestação, não abrem ao diálogo, manipulam para que não aja um debate consistente no interior da escola pela parte mais interessada, que são os professores.
Para que o processo se inicie, é necessário a publicação do edital que sai em cima da hora com um cronograma apertadíssimo.
Inconcebível, inaceitável dedicar dentro deste cronograma 30 minutos para apresentação de chapa, com programa de gestão, conjuntamente para pais, alunos e professores.
Na formação de chapa é tudo na surdina, o que sempre deixam todos muito ansiosos, por não estar participando, de um evento importantíssimo que pode mexer com a vida profissional de todos.
Por tudo em que a educação está se transformando, pela decorrência das implicações do ato de dirigir uma escola com todas as suas especificidades, pela falta de discussões prévias, quem se candidata nem sempre são os mais indicados para chefiar trabalhadores efetivos do serviço público, administrar recursos, os rumos disciplinares se comprometer com o pedagógico, para promover a verdadeira educação de jovens, "o futuro do Brasil". Muitos querem ser diretores para satisfazer vaidades pessoais e nunca pensando em transformações, sem idealismo nenhum, há os que meramente querem se livrar da sala de aula, enfim, assumem a direção e viram as costas para os trabalhadores da escola passando a exercer meramente a politicagem.
Estes se candidatam e se elegem, por conta do terror que todos tem de vir para a escola um diretor indicado. O que nem sempre é o pior, mas sempre será a princípio um ilustre desconhecido disposto a sempre dizer sim senhor para a SEMED, demandando tempo para se acertar com o coletivo da escola.
Os verdadeiros comprometidos com a Educação, aqueles que não são apenas dadores de aulas, (porque tem sempre aquele professor que vem para a escola como se fosse um operário de uma fábrica de parafusos, sem noção da serventia da finalidade do seu trabalho) ficam muito angustiados...
Ainda bem que é de dois em dois anos...
Mas, aguentar, uma direção que não conhece os trâmites da verdadeira democracia, de uma gestão participativa por dois anos é comprometer demais o bom andamento da escola.
O Diretor de escola não pode perder de vista que ele foi eleito pelos seus pares e por isto é uma questão de honra, dirigir a escola ouvindo todos os trabalhadores que o elegeram, porque estes esperam participar e serem ouvidos.
Como em toda democracia, não lhe foi passado uma carta branca...
Não, não foi mesmo...